segunda-feira, 8 de abril de 2019


POESIA by L.C. Balreira Copyright © 2017

TRÁGICA, ETERNA E ESFUMADA ESCURIDÃO

Empalideci no confronto cruel com a palidez da realidade.
Senti meu corpo escorrer pelos espinhos da fatalidade.
Estarreci-me diante do desengano das circunstâncias.
Vi na busca da alegria o veneno do teu velório.
Banhei-me na poeira da agonia.
Na jornada pelos labirintos do destino
O desencontro com a vida que se torna pó
Lugar onde agora tenho mais pressa de chegar
E que nunca imaginei você antes de mim.
Enturvei-me na torrente da mágoa.
Raso revés inflamável de encontro ao trovão.
Brota-me feridas de roxo véu
Jorrando-lhe sombras de sinistro enigma.
Ouvi vozes proféticas de dias de muitas trevas.
Remói-me a separação sepulta da desunião desumana.
Em desespero despeço-me deste abandono.
Desespero seria dizer adeus
Pois contigo sempre rogo estar
Mesmo sem violar o vínculo de teu silêncio.
Padecerá trêmula a traição que nos marcou
Pois no intento de separar-nos
Viu a morte não ser o fim
Mas apenas uma nova etapa no infinito amor.
Ao perverso castigo revido com ironia
Flutuando sobre sua lama
Com a força da paixão eterna
Na repulsa à renúncia infinita.
Jamais jazigo algum enterrará minha saudade
Na mancha de pó que paira sobre as ruínas
Transpira, rompendo em lágrimas
O vagar do último torvelinho.
A ânsia de minha alma
Estará sempre à procura de sua solidão.
No horizonte do meu olhar
Estará sempre você na minha viagem,
Longa ou curta, longa ou breve seja ela
Diante do meu rastro você permanecerá.


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