quinta-feira, 29 de março de 2012

MÚSICA "PÁSSARO MECÂNICO"

(Letra e Música de Luís Carlos Balreira)

(Interpretação rústico-folclórica Hadail Mesquita “Xampu”)

Parem de destruir a floresta! (grito)

Uirapuru da mata cósmica

Está chorando

É só devastação, é só devastação

É o último canto do pássaro mecânico

É só destruição é só destruição

Mata a Mata caraíba

Mata a Mata sem pudor

Mata a Mata terrorista

Mata não destruidor!

Mata a Mata consumista

Mata a Mata sem parar

Mata a Mata vigarista

O diabo vai te levar!

Bis

Brota na Mata ferida de roxo véu

E a ecologia vai prô beleléu

Abaçaí, Anavê, Anori

Arubé, Aturiá, Coaraci, Cupuaçu,

Angaturama, Babaquara, Pererê, Buriti

Xarapá, Taperebá, Çurucucu, Mapinquari

Os índios eram considerados animais sem lei, sem alma e sem beleza

Apesar de não serem anjos viviam em completa harmonia com a natureza

Tinham livre arbítrio, fartura e liberdade, sim senhores! Deuses, tradições, flautas e tambores.

Mas eis que do velho mundo infernal chegaram os ET’s

Com suas maldições, trazendo cruzes, espadas, pestes, fogueiras e canhões

Depois foram criados os animais mecânicos, exoesqueléticos, eletrônicos e cibernéticos.

(Repete toda a música)

quinta-feira, 15 de março de 2012

Trabalhos Acadêmicos


Trabalhos Acadêmicos
De resumos a resenhas,
De dissertações de mestrado a teses de doutorado.
Em todas as áreas do conhecimento.
Responsável: Luís Carlos Balreira
O mesmo lê e estuda há várias décadas temas ou assuntos que vão desde o Cosmos até o átomo, isto é, todas as áreas do conhecimento. Trabalha há 16 anos exclusivamente com trabalhos acadêmicos, em todas as áreas.
Luís Carlos Balreira é ex-oficial do Exército Brasileiro (EB); Serviço de Intendência (Rainha da Logística), tendo desempenhado, simultaneamente ou não, as funções de tesoureiro, aprovisionador, almoxarife e chefe de Serviço de Embarque de Guarnição (cidade).
Cursou a Faculdade de Tradutor Intérprete, na Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Dentre as matérias que estudou constavam Língua Portuguesa, Grego, Latim, Inglês, Francês, Técnicas de Tradução, Literatura Universal, Filosofia, Sociologia, Pedagogia, Lingüística, Estudo de Problemas Brasileiros (EPB)...
L.C.Balreira é escritor e compositor. Possui mais 30 cadernos manuscritos, com pensamentos, idéias, propostas para o bem da humanidade, contos, roteiros para cinema, propaganda, comerciais, etc., as quais compõem cerca de 3.000 páginas que serão inseridas neste Blog gradualmente.
Ex: Solução para os problemas causados pela geração de lixo das cidades.
Coleta diária de material biodegradável (resto de alimentos, fraldas descartáveis, animais mortos, materiais que oferecem risco imediato à saúde, etc.). Os restos de alimentos seriam destinados à compostagem, isto é à produção de alimentos;
Coleta quinzenal de plásticos (garrafas tipo pet, embalagens, dentre outros). Grandes depósitos estariam à disposição da reciclagem aos interessados;
Coleta mensal de madeira (móveis, estacas, tábuas, etc.). Idem
As prefeituras pagariam os custos da coleta com a venda desses materiais.



ORAÇÕES CIENTÍFICAS DE RECONDICIONAMENTO MENTAL

LUÍS CARLOS BALREIRA, presidente da LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA, é o pioneiro das orações racionais (não religiosas) do poder da mente. Hoje todas as religiões estão copiando seu método, criando preces mais específicas, inclusive, para “curas milagrosas” de estômago, fígado, rins, etc.

Poder positivo do pensamento humano para neutralizar e superar o desastroso mundo social e natural em que vivemos.

Recondicionamento Mental Racional e Positivo para a saúde e para o sucesso profissional e pessoal. (Coisa alguma no Universo poderá causar-­me dano. Somente coisas boas poderão acontecer)

Kit com 8 mentalizações ou orações lógicas e científicas para o bem-viver individual e coletivo.

ORAÇÃO Nº 01 - Poderoso Subconsciente. Sei que não existe limite para o teu poder. Sei que não há barreiras ou limitações para tua inteligência. Sei que és um universo eletrônico-biológico perfeito. Tudo que a minha imaginação almeja pode com tua ajuda ser realizado. Supra-me com tua inteligência e me oriente com tuas idéias para a realização de meus ideais (L.C.Balreira).

ORAÇÃO Nº 02 – Subconsciente Magnífico. Sistema eletro-biológico e magnético de inteligência superior. Permita que as funções vitais de meu organismo sejam controladas com eficiência e zelo durante as 24 horas do dia. Mantenha-me forte e saudável. Poderoso, faça-me cada vez mais dinâmico e resistente. Conceda-me inteligência e sabedoria para neutralizar todo e qualquer negativismo interno e externo. Poderoso Subconsciente: Estou escolhendo a saúde, o sucesso, e a riqueza material, física e mental. SUBCONSCIENTE DE INTELIGÊNCIA MAGNÍFICA, esteja sempre ligado com o meu CONSCIENTE indicando-me o melhor caminho para a realização em alto nível do meu ser (L.C.Balreira).

ORAÇÃO Nº 03 – Poderoso Subconsciente. Tu que controlas os elétrons, os prótons, e os nêutrons. Tu que controlas as células e as moléculas. Deixe fluir para o meu cérebro toda a coragem necessária para que eu possa alcançar meus objetivos. Deixe fluir para o meu consciente superimaginação, supercriatividade, superinteligência e superenergia, para que acontecimentos, realidades e fatos bons e positivos possam fluir para mim (L.C.Balreira).

ORAÇÃO Nº 04 - Poderoso Subconsciente. Cérebro eletrônico-biológico. Emerge da tua dimensão e te manifesta no meu cérebro consciente. Sei que em tua magnífica memória estão contidos registros de experiências passada, desde o útero materno até o momento atual. Poderosa Criatura inteligente e energética, ordeno o recondicionamento de minha mente para que eu tenha uma vida cada vez melhor. (L.C.Balreira).

ORAÇÃO Nº 5 - Poderoso Subconsciente; quero que deixe de lado todas as coisas ruins e negativas que vi, ouvi e vivi; que elas sirvam somente como experiência para que eu evite as coisas negativas e para que somente coisas boas e positivas se realizem, direta ou indiretamente. (L.C.Balreira).

ORAÇÃO Nº 06 – Magnífico Subconsciente. Tu que é capaz de captar informações que meu consciente não percebe. Tu que és superveloz. Tu que és supereficiente. Tu que tens o dom da palavra. Tu que tens o dom da explanação. Tu que tens o dom de convencer. Tu que és imensamente corajoso e sábio. Transmita-me sabedoria e conhecimentos agora e sempre que necessitar para a minha saúde, riqueza, e felicidade (L.C.Balreira).

ORAÇÃO Nº 07 – Poderoso subconsciente – Mestre dos mestres, rei dos reis, governante dos governantes, sábio dos sábios. Tu que tens talentos superiores e supereficientes, supra minha mente consciente com as informações certas para que eu possa vencer qualquer dificuldade ou problema que surja em minha vida (L.C.Balreira).

ORAÇÃO Nº 08 - Poderosa Inteligência Biológica. Estou protegido por um campo de força positiva e impregnado de poderosas cargas energéticas benignas e automaticamente recarregáveis (L.C.Balreira).

RELIGIÃO VERSUS CIÊNCIA: A DIALÉTICA INACABADA



LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA

LUÍS CARLOS BALREIRA

RELIGIÃO VERSUS CIÊNCIA: A DIALÉTICA INACABADA

Manaus-AM

2010

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................

03

1 RELIGIÃO VERSUS CIÊNCIA: A DIALÉTICA INACABADA...................

05

1.1 Breves Considerações Históricas Sobre Religião, Filosofia, Ciência e Medicina.......................................................................................................

05

1.2 Ateísmo...................................................................................................

09

1.3 Ateísmo de Albert Einstein......................................................................

10

1.4 Richard Dawkins.....................................................................................

12

1.5 Drauzio Varella: a Igreja e o Aborto.......................................................

14

1.6 Espiritualidade e Medicina.....................................................................

14

1.7 Importância das Religiões.......................................................................

16

1.8 Diálogo Entre Ciência e Religião.............................................................

17

CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................

21

REFERÊNCIAS.............................................................................................

22

RESUMO

Embora muitos interessados afirmem o contrário, observa-se que Ciência e religião são inimigos imortais. Em 1305, “depois de Cristo”, o catalão Raimundo Lúlio foi queimado vivo pela Santa Inquisição da Igreja Católica porque, em obra mística, idealizou uma máquina para ajudar a pensar. Ironicamente o primeiro computador introduzido no Brasil foi um Burroughs Datatron, da primeira geração, com válvulas, encomendado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Na narrativa “Guerra dos Mundos” a personagem do padre chamou os vírus ou bactérias que destruíram os inimigos alienígenas de “criaturinhas de Deus”. Esqueceu-se o religioso que essas criaturinhas também exterminam milhões de seres humanos por dia. Inacreditavelmente, as religiões chegaram mais vivas e atuantes que nunca ao século XXI. E o que é ainda mais surpreendente: Grande parte de suas riquezas vem do repasse ou distribuição de conhecimentos científicos e tecnológicos, em colégios e universidades de propriedade de religiões, espalhados pelo mundo afora. O propósito do presente estudo – através da pesquisa bibliográfica – é examinar os principais fatos históricos sobre os conflitos entre Ciência e Religião, de modo geral, bem como entre medicina e religião, em particular. Quanto à metodologia, trata-se de uma revisão da literatura. A técnica é a pesquisa bibliográfica (documentação indireta), em livros, artigos e meios eletrônicos. Quanto aos meios, é um estudo com características explicativas, analíticas e reflexivas. Concluiu-se que existe ainda um longo caminho a pavimentar para que haja uma efetiva convivência pacífica entre as duas maneiras de pensar, isto é entre a razão e a fé.

Palavras-chave: Ciência, religião, dialética.

INTRODUÇÃO

Nunca em tempo algum a medicina brasileira esteve tão desacreditada. Os agentes da mídia brasileira correm sempre que um caso aparente ou verdadeiro de erro médico acontece ou quando não há um médico para atender um paciente. Isso deixa a medicina brasileira, como um todo, vulnerável, até mesmo aos ataques dos fanáticos religiosos e milagreiros de plantão que estão tentando de todas as formas desmoralizar os profissionais médicos.

Bispos e Apóstolos milagreiros e ex-pacientes não agradecem nem mesmo os exames, os diagnósticos e o tratamento. Verifica-se que eles nunca vão diretamente ao pastor milagreiro, passam antes pelos cuidados da medicina, da mesma forma que os acidentados e aqueles que sofrem graves sequelas, como membros decepados ou fraturas expostas. Nunca se soube de um padre, pastor ou apóstolo que tenha feito regenerar o braço perdido de um fiel.

A medicina tradicional ou convencional, porém, já implantou membros e partes perdidas, tais como, mãos e rostos. E agora com a engenharia genética, com as células-tronco, com a vida artificial, do genial pioneiro Craig Venter, em breve a ciência não deixará sobrar mais “milagres” ou placebos para os fanáticos religiosos.

Pode-se afirmar, de forma empírica (embora não se tenha estatística sobre o assunto), que a ciência convencional atual já é responsável por 99% dos tratamentos bem sucedidos em traumatismos, epidemias (vacinas), doenças graves, etc., o restante, ou seja, 1% fica por conta dos tratamentos alternativos (que são milhares de tipos) e das curas milagrosas, placebos e sugestões mentais.

Vale salientar, que os avanços da medicina não aconteceram por acaso, houve uma procura, uma necessidade, haja vista que os métodos curativos da fé não estavam resolvendo problemas cruciais de saúde, milhões morriam com pestes, como a Peste Negra que devastou um terço da Europa. Onde estavam os milagreiros de plantão? Hoje os geniais cientistas desenvolvem rapidamente uma vacina salvando a humanidade de uma catástrofe epidemiológica, tal como aconteceu com a Sars.

A mente, como sabemos, tem o formidável poder, tanto de curar quanto de causar anormalidades graves no organismo. Isto já foi descrito pelo ateu e médico Sigmund Freud, o genial criador da psicanálise, um dos grandes baluartes da medicina, em todos os tempos. Um dos exemplos do poder psicossomático da mente é a barriga crescida ou a falsa gravidez, construída através da ordem mental da mulher estéril que sonha desesperadamente com um filho. É aí que falha a psiquiatria e triunfa o fanatismo religioso, com seus falsos alicerces. Pobre Freud se estivesse enterrado no Brasil estaria constantemente se revirando no túmulo.

Existe um aracnídeo quase do tamanho da cabeça de um alfinete, cujo tamanho do cérebro podemos imaginar qual seja. Pois bem, esse minúsculo adolescente quando recebe a ordem de deixar a “casa materna” simplesmente constrói seu pára-quedas e vai embora, como que dizendo: “estou indo para onde o vento me levar”; isto é, seu cérebro diminuto não o impede de cuidar de si mesmo.

Poderíamos ficar citando milhares de exemplos de coisas e fenômenos curiosos, inexplicáveis e formidáveis. Possivelmente, precisaríamos de 100 milhões de cientistas a mais no mundo para trabalhar em tudo aquilo que é aparentemente inexplicável ou divino. Entretanto, sabe-se que boa parte do que já foi explicado pela ciência permanece escondido nos modernos meios de comunicação do Terceiro Mundo, que não querem descontentar o mundo das trevas, que tanto lucro lhes dá.

O propósito do presente estudo – através da pesquisa bibliográfica – é examinar os principais fatos históricos sobre os conflitos entre Ciência e Religião, de modo geral, bem como entre medicina e religião, em particular. Quanto à metodologia, trata-se de uma revisão da literatura. A técnica é a pesquisa bibliográfica (documentação indireta), em livros, artigos e meios eletrônicos. Quanto aos meios, é um estudo com características explicativas, analíticas e reflexivas.

1 RELIGIÃO VERSUS CIÊNCIA: A DIALÉTICA INACABADA

1.1 Breves Considerações Históricas Sobre Religião, Filosofia, Ciência e Medicina

Gusmão (s.d) expõe que tem-se registro da Medicina arcaica desde o Paleolítico, por meio da paleopatologia (estudo das enfermidades que podem ser demonstradas em restos humanos procedentes de épocas remotas), de doenças e de tratamento destas doenças (medicina primitiva pré-histórica), como a trepanação craniana. Também, os documentos da Mesopotâmia e do Egito registraram a evolução da medicina arcaica, baseada na magia e no empirismo. Já a medicina como ciência, baseada na interpretação natural da doença, surge somente no século V a.C com Hipócrates (c. 460 – 375 a.C).

Segundo Maruyama, Fonseca (s.d.), a questão religiosa esteve sempre presente nas fases mais importantes da história da filosofia. No período antigo, por ela se interessaram Xenófanes, Protágoras, Platão, Aristóteles, Lucrécio e Plontino; na idade média, Avicenas, Averrões, Maimônides, S. Tomás, Occan; nos primórdios da época moderna, Giordano Bruno, Campanella, Spinoza, Hobbes, Locke. Mas foi, sobretudo a partir de Hume e de Kant que a questão religiosa se tornou um dos pontos centrais da reflexão filosófica.

Há perguntas que o homem, desde a antiguidade grega, empenha-se em responder, tais como: de onde viemos? Para onde vamos? O que somos? Alguns filósofos tentaram responder estas perguntas. Pitágoras, por exemplo, considerado o pai da matemática, que dizia que “tudo são números”; Tales de Mileto concluiu que a água é a substância essencial, a origem única de todas as coisas; Anaximandro, buscando aprofundar os ditos por Tales, enunciava o conceito do ápeiron: a massa indeterminada que continha todos os elementos contrários (MARINH, 2008).

De acordo com a ciência, e com as informações do genial Carl Sagan, viemos do pó das estrelas, e nisto até que a Bíblia não está tão errada ao dizer que viemos do pó da Terra, ou terra. Botelho (2004, p. 67), porém, nos diz que o ritualismo funerário – não se sabe se religioso ou não – está registrado:

Os documentos arqueológicos mais antigos e confiáveis desse estudo são as ossadas. O início do sepultamento ritualístico oscila entre 70.000 e 50.000 anos. Em esqueletos e restos de ossos desse período, foram encontradas a ocra vermelha (argila colorida pelo óxido de ferro com várias tonalidades pardacentas), que substituiu o ritual do sangue como símbolo da vida, sugerindo a crença, já naquela época, de que a existência de nova vida após a morte era considerada não só possível, mas alcançável por meio de práticas coletivas que envolviam a inumação.

Anaxímenes de Mileto acreditava que o ar era o princípio de todas as coisas. Empédocles defendia a existência de quatro elementos primordiais: o fogo, a água, o ar e a terra, que constituíam as raízes de todas as coisas. Até que Demócrito de Abdera trouxe-nos o conceito do átomo como sendo uma partícula indivisível e invisível, mas que formavam todas as coisas. Se “no princípio Deus criou o céu e a terra. A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam a face do abismo [...]” (MARINH, 2008).

Cordeiro (2002) afirma que nas sociedades primitivas, fortemente inspiradas pela religião, como entre os assírios e babilônicos na Mesopotâmia, supunha-se que as divindades nacionais, como Pazuzu, puniam com doenças aos humanos desobedientes. Como acreditava-se que a doença era produzida pelos deuses e demônios, o único recurso contra qualquer enfermidade era acalmá-los e agradá-los. Os médicos pertenciam à classe dos sacerdotes, pois sem o conhecimento religioso nada era possível.

Sendo assim, podemos compreender a mentalidade de um ancestral longínquo da espécie humana. Se eles não sabiam da existência de vírus e micróbios (descobertos somente há cerca de 200 anos pelo formidável Pasteur) como poderiam entender a morte de um ente querido consumido em fogo e suor. Só poderia ser castigo dos deuses.

Muito depois disso, Hipócrates expõe seu método: a medicina deve apoiar-se sobre observações, sobre fatos, e afirma que o corpo humano, para ser conhecido, deve ser estudado em relação com o meio ambiente. O único caminho para a compreensão da natureza do homem é a observação utilizada pelos médicos, e não o método a priori dos cosmólogos (GUSMÃO, s.d.).

Segundo Botelho (2004, p. 159):

As fontes que oferecerem informações sobre as práticas médicas do Egito Antigo são compostas por documentos referentes ao cotidiano das pessoas ou grupos mais prósperos, papiros, os quais constituí-se a mais importante fonte de conhecimento da Medicina egípcia, dentre eles, um papiro que parece ter sido uma compilação de documentos mais antigo, no Antigo Império. Trata-se de muito bem ordenado conjunto de informações de anatomia e patologia cirúrgica.

Para Cordeiro (2002), a civilização grega antiga foi o ponto de partida de toda a cultura científica do Ocidente Moderno. O grego Hipócrates (c.460 a.C. – c.377 a.C.) é considerado o “pai da medicina”. A medicina desenvolvida pelos gregos marca uma importante etapa na evolução do pensamento médico. Inicialmente, ela se assemelhava à medicina praticada por outros povos: uma mistura de concepções mágicas, religiosas e receitas populares.

Para Hipócrates a medicina era um conhecimento empírico adquirido pela experiência e pela observação. Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), por sua vez, diferenciou o conhecimento da técnica, considerando esta última como inferior por não ter uma base sólida. A filosofia aristotélica forneceu uma base geral para a medicina racionalista, enquanto nesta mesma linha de pensamento as teorias hipocráticas tiveram seu ápice nas obras do médico romano Cláudio Galeno (129-199/200 d.C.) (CORDEIRO, 2002).

A influência do cristianismo na medicina nessa época foi negativa, ressurgindo com força a idéia de que a doença era fruto do pecado. Especialmente no século VII surgiu o culto popular dos santos curadores, como São Roque, São Sebastião e os irmãos Cosme e Damião. A medicina como profissão praticamente desapareceu (CORDEIRO, 2002).

Sabe-se que ao longo dos séculos as epidemias mataram milhões de pessoas em todo o mundo, sendo que somente há cerca de dois séculos (Pasteur) se descobriu a causa das doenças transmissíveis e começaram as pesquisas científicas de modo sistemático para encontrar a cura das mesmas.

[...], o sentido da peste é claro: representa o castigo de Deus insatisfeito com a conduta dos homens.

Os registros evidenciam que o homem, mesmo considerando a desgraça como obra da vingança do Deus dominante no grupo social, de maneira bastante clara, realizou a associação do aparecimento das epidemias com alguns insetos e roedores, como a mosca, o gafanhoto, o mosquito e o rato. Milhares de anos antes da demonstração racional da ligação desses animais com a cadeia de propagação das epidemias, só tornadas claras com o pensamento micrológico, no século 16, foram registrados depoimentos, na Assíria-Babilônia, no Egito e em outras nações que deixaram registros escritos sobre a importância desses animais no aparecimento das doenças epidêmicas, como cabal inter-relação entre as Medicinas divina, oficial e empírica (BOTELHO, 2009, p.25).

Através dos textos bíblicos também pode-se ter muitas informações de como estão interligadas as idéias de pecado, impureza, sujeira, doença, castigo e morte na cosmovisão israelita. Nesta mesma linha de raciocínio, através de um inovador código de higiene, as escrituras hebraicas instruíam o povo a precaver-se contra impurezas e doenças então muito comuns, como a lepra (CORDEIRO, 2002).

Quanto ao pensamento tecnológico, as notícias envolvendo religião, a exemplo das que envolvem “Medicina” são catastróficas. De acordo com Freire (1982, p. 26): “Em 1305, o catalão Raimundo Lúlio foi queimado vivo, pela Santa Inquisição da Igreja Católica, porque, em obra mística, idealizava uma máquina para ajudar a pensar”. Ironicamente o primeiro computador introduzido no Brasil foi um Burroughs Datatron, da primeira geração, com válvulas, encomendado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Em 1325, Le Myésier elaborou a principal síntese do pensamento de Lúlio, ele conseguiu recolher boa parte dos volumes latinos e catalães que Lúlio deixara dispersos. O lulismo se estendeu até o século XVII, apesar da violenta perseguição do inquisidor Nicolau de Eymerich, no século XIV e dos receios que deixou nas esferas eclesiásticas. No Renascimento, tomou dimensões impressionantes, a ponto de, nos fins da Idade Média, já haver “bibliotecas lulianas” em Paris, Gênova, Maiorca, Barcelona e Roma. Muitas obras de Lúlio foram encontradas na Alemanha, graças a Nicolau de Cusa, que admirava muito a ontologia funcionalista implícita no seu pensamento (GIRARDI, 2005).

Ao final da Idade Média, a Europa foi varrida por várias pestes. Uma das piores foi a peste negra (uma combinação de peste bubônica e pneumonia) iniciada em 1347/48 que teria matado um terço dos europeus. Guy de Chauliac, um médico da época, afirmava que para se prevenir contra a doença “nada era melhor do que fugir do lugar antes de ficar infectado” (CORDEIRO, 2002).

O Conselho de Guy de Chauliac, aliás, foi fielmente seguido, bem mais tarde, por ocasião de outra peste, por Isaac Newton (nascido em 25 de dezembro de 1642).

Na Idade Média (séculos V a XIV) a História passou a ser admitida como meio de evidenciar a realização dos planos divinos no processo histórico. No Renascimento (séculos XV e XVI), os historiadores substituíram a revelação de desígnios da Providência Divina pela narração objetiva de acontecimentos significativos para a educação dos homens (GUSMÃO, s.d.).

Conforme Cordeiro (2002), no final do século XV e início do XVI as grandes navegações européias em direção à África, Ásia e América produziram enorme intercâmbio de enfermidades, como febre amarela, cólera e sífilis. Dos diversos médicos europeus que refletiram sobre a idéia de contágio, um dos mais importantes foi o veronês Girolamo Fracastoro (1478-1553).

Vale salientar que os meios de transporte atuais possibilitarão cada vez mais a interação entre seres humanos de todo Planeta, não permitindo que no futuro possa haver uma única pessoa saudável. O infanticídio das tribos primitivas era o único meio disponível para evitar que doenças genéticas se espalhassem pelas tribos. Havia pelo menos uma lógica neste processo. Não havia cadeiras de rodas disponíveis para os indígenas; mesmo que houvesse seria difícil manobrá-las na selva, principalmente guerrear ou fugir dos inimigos.

A maioria dos médicos do século XX, influenciados pela valorização da técnica e pelo positivismo de Comte (1798-1857), passou a ver como inútil o conhecimento da História da Medicina. Porém, o desprezo aos princípios éticos e humanísticos, gerado por tal atitude, levou muitos a refletir sobre a necessidade do ensino da História da Medicina. Prova disso é a introdução desta disciplina em várias faculdades de medicina do país, a fundação em 1997 da Sociedade Brasileira de História da Medicina e o sucesso dos congressos anuais desta Sociedade (GUSMÃO, s.d.).

1.2 Ateísmo

De acordo com Maruyama; Fonseca (s.d), em 1927, Sigmund Freud em seu livro intitulado O Futuro de uma Ilusão, estabelece a relação entre a religião e as atitudes infantis, nas quais prevalece o desejo de satisfazer necessidades básicas, como as de segurança, de amor, de viver etc. A religião seria “a satisfação alucinatória de um desejo.

Karl Marx foi, como Feuerbach, discípulo de Hegel e as críticas ao pensamento do mestre elaboradas por Feuerbach, sem dúvida, contribuíram para encaminhá-lo em direção à negação de Deus e da religião. Mas os motivos que fizeram Karl Marx abraçar a causa do ateísmo, mais que argumentos de natureza filosófica e metafísica, foram de ordem histórica e social. A sua identificação da sociedade ideal com a sociedade sem classes e a busca da instauração de tal sociedade mediante a demolição das estruturas sociais vigentes nos seus tempos levaram-no necessariamente a confrontar-se com a religião.

Para Marx, a religião é um produto imaginado para realizar a exploração de classes: a religião é um instrumento de evasão para os oprimidos e de justificativa para os opressores. Ela é o ópio do povo. A miséria religiosa é, de um lado, expressão da miséria real e, de outros, protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro do oprimido pela desventura, a alma de uma época sem espírito.

O homem cria a religião e não é a religião que cria o homem. Nela o homem alienado busca uma felicidade ilusória, um paraíso artificial: a conseqüência desse processo é uma postura de desconfiança e de remissão, que induz o homem a aceitar as injustiças presentes, mistificas como “provas” e “punições”, sem modificar a realidade histórico-social que delas é causa. A análise conduzida por Freud conclui fazendo derivar a religião do “Complexo de Édipo”, ou seja, da tendência natural do filho homem para possuir a mãe e eliminar o pai. A religião – como arte, a moral, a política – entra no processo geral de sublimação do instinto da libido por obra do Super-Ego (MARUYAMA, FONSECA, s.d.).

1.3 Ateísmo de Albert Einstein

Segundo Dawkins (2002), uma carta escrita pelo físico Albert Einstein ao filósofo alemão Eric Gutkind revela que o cientista desdenhava a religião. A carta foi escrita em 1954, um ano antes da morte de Einstein, em resposta ao livro de Gutkind Escolha a vida: O chamado bíblico para a revolta (em tradução livre), e passou os últimos 50 anos nas mãos de um colecionador particular.

Na carta de Einstein lia-se o seguinte: “A palavra Deus para mim é nada mais que a expressão e produto da fraqueza humana, a Bíblia é uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que são bastante infantis” (DAWKINS, 2002).

Em seu livro “Como Vejo o Mundo”, Einstein afirma que no primitivo, por exemplo, o temor suscita representações religiosas para atenuar a angústia da fome, o medo das feras, das doenças e da morte. Neste momento da história da vida, a compreensão das relações causais mostra-se limitada e o espírito humano tem de inventar seres mais ou menos à sua imagem. Transfere para a vontade e o poder deles as experiências dolorosas e trágicas de seu destino. Acredita mesmo poder obter sentimentos propícios desses seres pela realização de ritos ou de sacrifícios.

A religião é vivida antes de tudo como angústia. Não é inventada, mas essencialmente estruturada pela casta sacerdotal, que institui o papel de intermediário entre seres temíveis e o povo, fundando assim sua hegemonia. Com frequência o chefe, o monarca ou uma classe privilegiada, de acordo com os elementos de seu poder e para salvaguardar a soberania temporal, se arrogam as funções sacerdotais. Ou então, entre a casta política dominante e a casta sacerdotal se estabelece uma comunidade de interesses (ALBERT EINSTEIN).

Ainda de acordo com Einstein, a ciência foi acusada de prejudicar a moral. Coisa absolutamente injustificável. E como o comportamento moral do homem se fundamenta eficazmente sobre a simpatia ou os compromissos sociais, de modo algum implica uma base religiosa. A condição dos homens seria lastimável se tivessem de ser domados pelo medo do castigo ou pela esperança de uma recompensa depois da morte. Einstein, uma das mentes mais brilhantes da Ciência, simplesmente não compreendia a perseguição dos fanáticos religiosos contra a Ciência.

1.4 Richard Dawkins

De acordo com Dawkins (2002), na prática, nenhuma pessoa civilizada usa uma escritura como autoridade suprema e alegremente ignora os pedaços maldosos (como a obrigação de apedrejar adúlteras, executar apóstolos, e punir os netos dos infratores). O próprio deus do velho testamento, com sua inveja impiedosa vingativa, seu racismo, sexismo, e aterrorizante sede de sangue, não irá ser adotado como uma modelo de função literal por ninguém que seja desejado de conhecer.

O biólogo britânico Richard Dawkins disse que a religião é a justificativa para fazer coisas terríveis, como assassinatos ou terroristas suicidas. O autor de livros como “Deus, um Delírio” e “O Gene Egoísta”, o cientista disse, em entrevista coletiva, que a falta de informação é um dos principais motivos para que as pessoas recorram à fé religiosa.

Richard Dawkins, firme defensor das teorias evolucionistas e do livro “A Origem das Espécies”, obra de Charles Darwin que em 2009 completou 150 anos, disse que este livro é o mais importante da história, porque consegue resolver o maior mistério da vida: por que somos o que somos. O cientista afirmou ainda que o livro de Darwin ainda não foi devidamente reconhecido por causa da ignorância e porque a religião quer fornecer explicações preparadas para mentes mais ingênuas.

De acordo com Botelho (2005, p.149):

[...] a seleção genética e a mutação seriam as âncoras para explicar os processos social e genético que determinam a sobrevivência ou a morte dos seres do planeta.

Quanto aos outros seres, de certa forma e em determinadas circunstâncias, a seleção natural e a mutação poderiam ser suficientes para explicar a vida e a morte, porém o processo humano não pode e não deve ficar restrito a esse universo.

Não há como negar o simultâneo processo biológico e cultural humano.

Sob essa égide, as explicações darwinianas e neodarwinianas tornam-se absolutamente insuficientes para absorver essa variável, a cultura. Apesar do avanço do neodarwinismo, ele continua frágil por não ter identificado a necessária existência de base motivadora do processo cultural.

Sabe-se que muitos animais irracionais se tornam curiosos, haja vista que sabem o que fazer para sobreviver mesmo que nunca tenham sido ensinados; têm-se como exemplos, dentre milhares de outros, a tartaruguinha que sabe o caminho do mar, os pombos que sabem se orientar, o minúsculo aracnídeo que sabem a hora de construir seu pára-quedas e se deixar levar pelo vento, a lagarta que sabe quando se tornará borboleta, a salamandra que sabe quando deve recuperar integralmente o membro perdido.

Entretanto, crianças perdidas na floresta e criadas por lobos, tornaram-se totalmente idiotas, locomovendo-se à imagem e semelhança de seus “pais adotivos”, e mesmo depois de encontradas não conseguiram tornarem-se “culturalmente” humanas novamente.

Sobre essa questão, Botelho (2005, p. 149) afirma o seguinte:

Há de existir substrato genético que anteceda a cultura e sobre o qual ela se reproduz, interagindo com o social e vice-versa. Essa ponte, ausente no neodarwinismo, é construída pela proposta teórica das memórias-sócio-genéticas. Sendo estruturas moleculares específicas, contidas em muitos grupos de genes, responsáveis pela majestosa harmonia entre as formas e as funções dos corpos humanos, frutos de sucessivas mutações, continuam impulsionando o processo.

Para Botelho (2010, p. 01), “as ideias arcaicas, amparando a sobrevivência, foram armazenadas, como parte dos mecanismos cerebrais primários, em algum lugar do cérebro. A capacidade de reproduzir a idéia ficaria por conta das leituras, no sistema nervoso central, identificando a proposta como algo capaz de aprimorar o conforto”.

De acordo com Beyer (2005), a premissa básica da qual Vygotski parte e na qual se apóia encontra-se no cerne de sua teoria sócio-histórica, isto é, de que para o desenvolvimento infantil e humano em geral a sócio-gênese é condição fundamental. A condição para que a criança passe por transformações essenciais, que a tornem capaz de desenvolver as estruturas humanas fundamentais do pensamento e da linguagem, apóia-se na qualidade das interações sociais em seu grupo (família, escola, etc.).

Sabe-se que aos animais a natureza deu sabedoria ou metodologia própria, como se tivesse um circuito impresso, um plano pré-estabelecido, onde a natureza trabalha sem mestre. No caso dos humanos, porém, a sabedoria ou metodologia de sobrevivência é totalmente social, cultural, contingencial, ou seja, no lugar do chip ou “circuito impresso”, foi colocado um vazio, uma tábula rasa, no dizer de John Locke (1632-1704).

1.5 Drauzio Varella: a Igreja e o Aborto

Varella (2009), referindo-se ao abortamento de uma menina de nove anos, condenado pela Igreja Católica, afirma que a profissão da Medicina foi criada para aliviar o sofrimento humano; exatamente o que os médicos que realizaram tal aborto o fizeram. Varella pede que esses médicos não se deixem abater pelas normas da Igreja Católica, haja vista que seu compromisso é com a vida depois da morte, tratando-se de uma cosmovisão antagônica à da medicina.

A Igreja Católica pode ser acusada de inúmeros equívocos e de crimes contra a humanidade, jamais de incoerência. Incoerentes são os católicos que esperam dela atitudes incompatíveis com os princípios que a regem desde os tempos da Inquisição. Os males que a igreja causa à sociedade em nome de Deus vão muito além da excomunhão de médicos, medida arbitrária de impacto desprezível. O verdadeiro perigo está em sua vocação secular para apoderar-se da maquinária do Estado, por meio do poder intimidatório exercido sobre nossos dirigentes (VARELLA, 2009).

1.6 Espiritualidade e Medicina

De acordo com Maruyama; Fonseca (s.d), em outro aspecto, outros defendem o valor objetivo da religião, porquanto ela se fundaria em uma relação conatural do homem com a “realidade última” (Hegel, Croce, James, Bérgson, Scheler, Jaspers etc). Os primeiros desenvolvem uma crítica negativa e desmistificadora, enquanto os segundos elaboram uma crítica positiva e construtiva do fenômeno religioso.

Para Kierkegaard (1944), o risco é um elemento inseparável da verdadeira experiência religiosa: “Sem risco não há fé e quanto maior o risco tanto maior a fé” (p. 188).

Se bem que a fé é um risco, a sua aceitação não é irracional:

O crente não só possui, mas usa a razão, respeita as crenças comuns, não atribui à falta de razão se alguém não é cristão; mas, no que diz respeito à religião cristã, ele crê contra a razão e, nesse caso, ele adota a razão para ter certeza de que crê contra a razão. O cristão não pode aceitar o absurdo contra a razão porque ela perceberia que é absurdo e como tal o afastaria. Ele adota, portanto, a razão para tornar-se consciente do incompreensível e depois se agarra a ele e crê mesmo contra a razão (KIERKEGAARD, 1944, p. 504).

Quando o homem crê em Deus e observa a infinita diferença que separa a sua natureza divina da sua, então se prostra diante de Deus e o adora.

A adoração é a máxima expressão da relação com Deus de um ser humano. O significado da adoração é que Deus é absolutamente tudo para quem o adora. O crente que se abandona a Deus deve renunciar a tudo e essa completa renúncia implica sofrimento, sofrimento não só por motivo do desapego, mas também porque é consciente de que sozinho não pode fazer nada. O sofrimento é inseparável da fé: ele é a característica da fé (KIERKEGAARD, 1944, p. 412).

Para Gambare (2005), medicina e espiritualidade devem andar juntas. Esse é o resultado dos estudos realizados pelo médico norte-americano Harold Koenig, que participou no mês passado, em São Paulo, do Seminário Internacional de Medicina e Espiritualidade e do V Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita do Brasil (MEDNESP), cujo tema foi a “Espiritualidade no cuidado com o paciente”. O médico deve cuidar do paciente por inteiro, declara o especialista. Além do físico, deve-se levar em consideração o indivíduo como um ser social, psicológico e, principalmente, espiritual.

Portanto, de acordo com esse pensamento, médicos e cientistas, religiosos, longe se serem “idiotas” são sábios, pois compreendem o ser humano, o indivíduo, em sua totalidade, de modo holístico, global.

Segundo Gambare (2005), a crença em uma força superior, a prática religiosa e a fé são elementos que elevam o bem-estar e a esperança dos pacientes. Dos 114 estudos realizados, 91 concluíram que os religiosos são mais felizes e têm mais qualidade de vida que os descrentes. A oração faz a pessoa afastar a dor da mente e focalizar o pensamento em outras coisas.

O cristianismo primitivo, brotado no seio das massas populares, perseguidas pela implacável tirania romana, foi aquecido pelas crenças mais antigas do judaísmo, que continuava esperando o seu herói mítico de salvação. Ainda nesse ponto da sua história, o cristianismo era amostra de fé de povos oprimidos, desesperados para minorar os sofrimentos, porque estava pleno de sincretismo, com curadores e adivinhos de todos os matizes tendo muito espaço. Os seguidores de Jesus Cristo, ao abraçarem a causa, receberiam, por delegação, poderes para mudar o curso da vida e a forma das coisas. Um dos mais importantes, indispensável para consolidar a mudança, foi o dom da cura, solidificando a eficácia da catequese (BOTELHO, 2005, p.148).

Gambare (2005) afirma que outros estudos comprovaram que a alimentação adequada somada a exercícios físicos e à prática religiosa leva à diminuição da mortalidade por câncer devido à presença de um volume maior de células sadias atacando as cancerosas. Por baixar a pressão sangüínea, casos de hipertensão também são menores. As infecções diminuem e o poder de cicatrização é maior. Trabalhos ainda não publicados afirmam que idosos com forte crença religiosa apresentam o mesmo nível de atividade cardiovascular que os jovens.

1.7 Importância das Religiões

De acordo com Fraiz (2008), é necessário reconhecer a importância das religiões na constituição das sociedades e dos indivíduos. Dado este reconhecimento, a medicina não pode negar a dimensão religiosa do sujeito. Atender ao ser humano que adoece e sofre é o papel central da medicina. O ser humano que adoece e sofre não o faz somente em sua dimensão física ou biológica, mas sim em sua integralidade. A Medicina Integral, que surgiu nos EUA, na década de 1940, cunhou a expressão biopsicossocial. Desta forma, deve-se compreender o ser humano em sua dimensão biológica, mental, espiritual e social.

A Organização Mundial da Saúde contemplou o princípio da integralidade em sua definição de saúde. Mais recentemente incorporou-se a dimensão espiritual. Reconhecer a dimensão do sagrado é necessário. O médico deve perceber as crenças e valores religiosos de seus pacientes e respeitá-los, sejam eles quais forem, sem, no entanto, interferir neles. Assim, a estrutura psíquica, espiritual e social do paciente deve ter prioridade na abordagem terapêutica, ou seja, o paciente deve ser respeitado como sujeito estruturado e singular e não como objeto manipulável (FRAIZ, 2008).

1.8 Diálogo Entre Ciência e Religião

De acordo com Macedo (2008), existe a possibilidade real de um diálogo entre ciência e religião, que leve em conta as especificidades de cada campo sem, no entanto, esvaziar a discussão epistemológica iniciada pelo sociólogo Max Weber e retomada por Ian Barbour, Fritjof Capra e Boaventura Santos.

A existência de tais relações pode ser buscada na análise dos discursos dos participantes do Instituto Ciência e Fé, entidade formada por cientistas e religiosos, que se dedica a estudar as interrelações entre os dois campos. Estas relações, por sua vez, podem assumir várias formas, a saber: conflito e independência, delineando a visão predominante de uma ciência moderna; e diálogo e interação, que pode sinalizar uma teoria emergente da racionalidade científica, que muitos denominam de pós-moderna (MACEDO, 2008).

Segundo Weber (1971), o processo de rompimento com os meios mágicos de manipulação e interpretação do mundo, em um primeiro momento, e dos meios religiosos, em momento posterior, foram desencadeados pelo surgimento de uma racionalidade prática e mundana que pensava vislumbrar “o domínio total das leis da natureza e do progresso humano” (p.53).

Para Macedo (2008), o rompimento de outras esferas de conhecimento com a esfera religiosa, na modernidade, proporcionou um “politeísmo de valores” que tornariam ciência e religião inconciliáveis. Pareceria, assim, que a ciência teria tomado, finalmente, o lugar da religião enquanto modelo explicativo do mundo. Mas, com o advento da bomba nuclear, das pesquisas com cobaias humanas e da pesquisa com armas químicas, esta racionalidade científica começou a ser duramente questionada, principalmente com relação a sua pretensa neutralidade.

No entanto, o surgimento de uma teoria científica em transição, no princípio do séc. XX, trouxe novas questões à cena, impulsionadas especialmente pela epistemologia de Popper, Bachelard e Kuhn. Mas foi com Morin e Capra, e com suas teorias da complexidade e sistemas que esta discussão ganhou terreno, culminando na teoria da ciência pós-moderna, representada por Boaventura de Sousa Santos. Segundo este, o paradigma emergente que colocará em xeque a racionalidade científica moderna e dará vazão ao surgimento da teoria pós-moderna se baseia em quatro teses. São elas: todo conhecimento científico natural é científico social; todo o conhecimento é local e total; todo o conhecimento é autoconhecimento; e todo o conhecimento científico visa constituir-se em senso comum. (MACEDO, 2008).

Assim, a ciência pós-moderna não despreza o conhecimento que produz tecnologia, mas entende que, tal como o conhecimento se deve traduzir em autoconhecimento, o desenvolvimento tecnológico deve traduzir-se em sabedoria de vida. (SANTOS, 1985).

Macedo (2008) enumera as opiniões de professores, pesquisadores ou cientistas, sobre a questão da interação da ciência com a religião:

Cientista Prof. Waldemiro Gremski: Atualmente está pesquisando sobre o veneno da aranha marrom, mais precisamente em sua parte molecular. A sua formação pessoal foi católica, estudando 9 anos em um seminário dos padres vicentinos. Porém, ao adentrar na carreira científica a sua formação entrou em choque com as suas convicções religiosas.

Para o professor Waldemiro Gremski, especialista em biologia celular, a ciência e a religião não são totalmente inconciliáveis. Contudo, por ser a metodologia científica muito rígida, o conhecimento religioso não pode ser aplicado ao conhecimento científico. O diálogo entre os dois serve para que surja uma “fé racional”, deixando de lado o literalismo bíblico. Ou seja, na visão do professor, o conflito está latente dentro da metodologia, porém isto não exclui o diálogo, como forma de buscar uma fé racional. Os dois conhecimentos, para ele, também são independentes

Cientista Profª. Eleidi Freire-Maia: A doutora em genética e biologia molecular Eleidi Chautard-Freire-Maia, professora sênior da UFPR, sabe que a ciência é dura, ou seja, ela não aceita a interferência da religião dentro da sua racionalidade. Isto porque a fé não pode responder às questões da ciência, a fé tenta explicar os fatos naturais misticamente. Porém, “as duas estão à procura de verdades”, só que de maneira diferentes. Enquanto a ciência as procura pelo método objetivo, a fé as procura no campo da subjetividade. O conflito para a professora também é latente, cuja metodologia é totalmente independente, porém com os mesmos objetivos. O diálogo é necessário para tornar a fé menos obscura.

Reverendo Jean Carlos Selleti: Jean Carlos Selleti é professor da Faculdade Evangélica e membro do comitê de ética desta faculdade, onde analisa os projetos de pesquisa dos alunos. É formado em teologia, com especialização e mestrado em bioética. Sua formação também foi católica, porém há quase 15 anos se tornou pastor presbiteriano independente.

O diálogo pode acontecer, apesar de ser muito difícil. Isto porque a ciência tem um objeto palpável enquanto o objeto religioso (Deus) não é. Os dois conhecimentos não podem chegar totalmente à verdade, sendo assim que o diálogo pode ajudar um a aprimorar o conhecimento do outro. Aqui vemos um diálogo de mão dupla, o qual a pesquisa procurava. O campo de bioética é um dos locus deste diálogo. O diálogo para o reverendo é mais profundo do que para os outros dois, apesar de também enxergar metodologias independentes e conflituosas.

Cientista Doutor Cícero Urban: Cícero Urban é formado em medicina, cuja especialidade é cirurgia oncológica e mastologia. Também é especialista em Bioética pela Universidade do Sagrado Coração em Roma. Atualmente é professor da Unicemp, ministrando Bioética e Metodologia Científica no curso de medicina. Sua formação espiritual foi Católica e para ele a religião é muito importante para a sua vida, tendo uma função bem definida: “ela é base de moralidade, base de comportamento e modelo pessoal, familiar e profissional”.

Urban crê que a relação entre religião e ciência é de complementaridade, tendo como objeto a vida. Contudo, a religião não interfere no método científico, o qual ainda possibilita uma explicação com um grau maior de profundidade do que a religião. Porém elas se complementam, porque acredita que a ciência deixa de lado algumas coisas em sua profissão médica, como reconfortar uma família de um paciente que morreu. Aqui vemos ainda um conflito dentro da metodologia, ou seja, a ciência ainda está fechada para os outros saberes. Porém, assim como Selleti, ele traz para o campo científico preceitos éticos religiosos, através de um diálogo não epistemológico.

Religioso Prof. Antonio Carlos Coelho: O professor Antonio Carlos Coelho é judeu e ministra aulas sobre ecumenismo e judaísmo do Studium Theologicum. A sua história acadêmica é curta, porém sua carreira como “autodidata” é digna de nota. Começou cursando ciências sociais, mas não se formou, conseguindo sua formação no curso de História. Como autodidata estudou teologia com os jesuítas em Belo Horizonte e arqueologia bíblica e tradição judaica em Israel.

Coelho crê que as duas visões de mundo são totalmente independentes uma da outra. Enquanto a religião responde a seus problemas espirituais sozinha, a ciência não busca nenhuma referência na religião. Contudo, para o professor, o diálogo entre ciência e fé pode ocorrer quando o cientista de fé sente a necessidade de conciliar as duas sabedorias. E um dos resultados é de que a ciência não é tão conflituosa quanto possa parecer. Ou seja, a visão predominante para ele é a independência, porém o diálogo pode acontecer no campo pessoal.

Pe. Adilson Schio: Adilson Schio, MS é padre da Igreja Católica Apostólica Romana, um missionário saletino, Superior Provincial dos Missionários Saletinos no Brasil e preside a Fundação Salette, entidade parceira do Instituto Ciência e Fé, na realização de eventos e publicações. Para ele o diálogo faz com que tanto ciência quanto religião pisem em ovos, enfrentado a boa constituição das racionalidades, que não podem deixar de existir.

Porém, o conflito não é tão forte pela parte da Igreja Católica, pois a ciência vai mudando a concepção religiosa, como no caso do heliocentrismo. Porém, quando a ciência esbarra no princípio primordial da religião (vida) ele se torna latente. Por isso o diálogo só pode ocorrer no campo do entendimento, mas não no campo dos fundamentos. Percebe-se que para ele é importante manter a independência das duas, apesar de que a ciência ajuda em alguns entendimentos da religião, havendo conflito nos princípios que as duas podem pregar (MACEDO, 2008).

Dessa forma, verifica-se que a dialética ciência versus religião, é composta de teses e antíteses, ainda na fase de busca de diálogo, interação, complementação. Existe ainda um imenso abismo entre as pessoas inteligentes ateístas e as pessoas inteligentes espiritualistas. Não se sabe se a síntese um dia será possível.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verificou-se que medicina e religião se confundiam no começo dos tempos da humanidade. Quanto ao ritualismo, achados de sepultamento datam de 70.000 anos, de acordo com exposição do ilustre mestre Dr. João Bosco Botelho. Deduz assim que daí para a criação dos deuses pelos ancestrais primitivos da humanidade foi apenas um passo para toda uma eternidade que dura até os dias atuais.

Como disse Einstein, e vários outros gênios, foram os homens que criaram os deuses à sua imagem e semelhança e não o inverso. Atualmente, no Brasil, estamos voltando à Idade das Trevas, da Idade Média, onde a Santa Inquisição da Igreja Católica mandava e desmandava, tendo autoridade para queimar na fogueira formidáveis espécimes humanos, como Giordano Bruno e William Harvey, ou simplesmente desmoralizar gênios do quilate de Kepler, Giordano Bruno, Galileu Galilei, Darwin, e milhares de outros pensadores.

Atualmente, a Santa Inquisição católica não tem mais autoridade para torturar e queimar, mas graças a contemporâneos que vivem na Idade das Cavernas tal instituição tem o poder de contrariar a lógica médica e social que é o bem-estar do cidadão, em particular e da sociedade, como um todo.

A Santa Madre Igreja vai de encontro ao planejamento familiar, às “camisinhas”, ao aborto, mesmo nos casos de estupro e malformação fetal etc. Os crentes não se atrevem a tanto, de forma tão declarada, no entanto debocham da ciência e da medicina, afetados por seus placebos e sugestões, principalmente através da Televisão, uma invenção da ciência, esta tão combatida por esses fanáticos, através dos tempos. Mas é como disse o “Barão de Itararé”: “Televisão, a maior maravilha da Ciência a serviço da imbecilidade humana”.

Agora, esses seres pré-históricos inventaram o Inteligent Design, para um “criador” que colocou seus animais prediletos (criados à sua imagem e semelhança) num ambiente de vulcões, terremotos, maremotos, tornados, raios, epidemias, doenças hereditárias, insetos, serpentes, venenos,... E o pior de tudo, criou a própria espécie humana com autoridade para reinar sobre tudo e todas as demais espécies, aliás devastar a tudo e a todos.

Só não sabemos onde fica a frase de Paul Broca: “Prefiro ser um macaco evoluído que um filho de Adão degenerado”. Depois disso, só não se sabe se é irrelevante saber se Deus é masculino, feminino ou assexuado.

De acordo com um compositor e cantor brasileiro Ele é feminino e masculino. Isto é justo para aqueles que geneticamente nasceram assexuados, hermafroditas ou bissexuados?

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