De acordo com os
entusiastas do design inteligente criacionista, é forte a evidência de que o
universo foi planejado intencionalmente, mesmo que as probabilidades cósmicas
favoráveis ao surgimento da vida sejam praticamente nulas. Uma das resoluções
divinas mais fielmente cumpridas pelos seguidores da Bíblia é “crescei e
multiplicai-vos”; e para que isso aconteça primeiramente é necessário haver
vida. Então, seria um contrassenso, um paradoxo, uma contradição (aliás, mais
um dos formidáveis mistérios da religião) um Deus criar bilhões de galáxias,
com quintilhões e quintilhões de estrelas somente para ter um “asteróide
pequeno” como lar para sua prole, a humanidade, criada à sua imagem e
semelhança. Melhor dizendo, essa praga, que se multiplica como erva daninha,
que devasta a flora, que inferniza a vida dos animais, e que massacra e
escraviza sua própria espécie. Sendo assim, esse tal design inteligente não
passa de linhas tortas, de rabiscos antiestéticos, subjetivos, idiossincráticos
e sub-reptícios. Se esse Criador fosse inteligente e bem intencionado teria
proibido a crença em deuses, teria impedido o nascimento de seu filho mais
famoso, Jesus Cristo, para que o cristianismo não tivesse cometido tantas barbáries
e genocídios contra outras religiões nesses dois últimos milênios. Aliás, não
foi só contra outras religiões, a carnificina se deu até mesmo entre católicos,
protestantes e judeus, que, imaginem só!, rezavam na mesma cartilha. Que design
inteligente é esse afinal? Com essa cadeia alimentar dolorida e sanguinolenta?
Com essas hecatombes ou extinções em massa que quase extinguiram o planeta e ou
a vida nele milhares de vezes? Quem em sã consciência pode acreditar num design
inteligente e intencional que não passa de um mecanismo caracterizado pelo
erro/tentativa, construção/destruição que já se estende por 4,5 bilhões de
anos? Principalmente se considerarmos que a espécie humana como “filha de deus”
existe, na escala cósmica, apenas por algumas frações de segundo. Até quando a
humanidade vai continuar se ajoelhando e se prostrando em frente a dogmatismos
enlouquecidos e a crendices esquizofrênicas?
L.C. balreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário