Na era da informação, do
conhecimento e das comunicações, a palavra formatura perde sua razão de ser. A
medicina e todas as demais profissões enfrentam novos desafios a cada hora, e o
ser humano é um solucionador nato de problemas contingenciais; e é justamente
isso que nos diferencia das outras espécies. Por isso, o médico deve estar a
par dos avanços diários advindos de todos os grandes centros científicos e
tecnológicos.
O médico brasileiro que
trabalha no Sistema Único de Saúde enfrenta desafios mais tenebrosos do que os
sete trabalhos de Hércules; as péssimas condições de saúde do povo brasileiro;
as condições brutais em que o médico trabalha, e o pagamento irrisório que
recebe, são alguns exemplos. Por isso, muitos de vocês terão de se tornar
super-homens e as médicas verdadeiras mulheres-maravilha.
Nunca em tempo algum a
medicina brasileira esteve tão desacreditada. Estamos sendo atacados por todos
os lados. A mídia brasileira corre sempre que um caso aparente ou verdadeiro de
erro médico acontece ou quando não há um médico para atender um paciente. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que haja um médico para cada grupo
de mil habitantes, no Brasil temos dois médicos para cada mil habitantes. Portanto,
temos o dobro do necessário. Se bem que a OMS talvez não tenha levando em
consideração o estado de saúde da população. Mesmo assim, pergunta-se: Por que
o caos na saúde pública brasileira?
Isso deixa a medicina
brasileira como um todo vulnerável até mesmo aos ataques dos fanáticos
religiosos e milagreiros de plantão que estão tentando de todas as formas
desmoralizar os médicos. Bispos e
Apóstolos milagreiros e ex-pacientes não agradecem nem mesmo os exames e os diagnósticos.
Entretanto, enquanto os cães
ladram a caravana da medicina marcha em direção ao futuro, com a clonagem, com
as células-tronco, e com milhares e milhares de pesquisas de ponta, em todo Planeta. A medicina é a única
profissão que luta diariamente para acabar consigo mesma. Ela avança a cada
minuto, a cada hora, enquanto a corrupção e a incompetência da política, bem
como o fanatismo religioso, que tantas desgraças já causaram à humanidade – e
que continuam causando – haverão de voltar à Idade das Cavernas e à Idade das
Trevas.
Eu calculo que a medicina
convencional seja responsável por 99% dos tratamentos bem sucedidos das doenças
graves curáveis, e que o restante, ou seja, 1% fique por conta dos tratamentos
alternativos (que são milhares de tipos) bem como com as curas milagrosas, placebos
e sugestões mentais.
A mente, como sabemos, tem
o formidável poder tanto de curar quanto de causar anormalidades graves no
organismo. Isto já foi descrito pelo ateu e médico Sigmund Freud, o criador da
psicanálise, um dos grandes baluartes da medicina, em todos os tempos. O
exemplo mais corriqueiro disso é a barriga crescida ou a falsa gravidez
construída através da ordem mental da mulher estéril que sonha desesperadamente
com um filho. Temos também a notícia do maratonista da Grécia Antiga que só caiu
morto depois de passar a informação vital para seu povo.
Na natureza temos também
milhares de exemplos. Qual será o tamanho do cérebro de um aracnídeo? Pois bem, existe um deles, minúsculo, e
quando adolescente, recebe a ordem de deixar a “casa materna”. Depois disso,
simplesmente constrói seu parapente e vai embora, como que dizendo: “estou indo
para onde o vento me levar”.
Estamos apenas adentrando
na era da informação e das comunicações. De acordo com o calendário cósmico do
grande astrônomo americano Carl Sagan, o progresso da medicina está acontecendo
há apenas alguns milésimos de segundo.
Portanto, quando alguém
tentar denegrir a imagem da medicina brasileira lembrem-se que os grandes
cientistas médicos são considerados os maiores benfeitores da humanidade. O
resto é inveja, despeito e arrogância. Sabemos que os problemas existentes na
medicina, não só no Brasil como no mundo todo, são muitos. Entretanto,
haveremos de superá-los. Porém, certos comportamentos por parte de alguns
médicos são imperdoáveis, podemos citar três: a desumanidade, a ambição
desmedida por dinheiro e a arrogância.
A medicina se tornou
indispensável para a humanidade, e o profissional deve envidar seus melhores
esforços para torná-la humana, até mesmo para compensar os tratamentos
invasivos e desconfortáveis, característicos de vários tratamentos. O médico
não pode ter preconceitos, pois preconceito e dogmatismo são características do
fanatismo religioso. Imaginem que houvesse somente a opção de curas religiosas
milagrosas (placebo, sugestão mental, poder positivo da mente); o que seria dos
mais de 2 bilhões de ateus, secularistas e agnósticos do mundo? O que seria dos
bilhões de seguidores de outras crenças não cristãs? O que seria dos
homossexuais, que já foram massacrados no passado e ainda continuam sendo
hostilizados pelas principais religiões do mundo?
Embora seja dito que fomos
criados à imagem e semelhança de Deus é a salamandra que tem poder de
reconstituir integralmente uma perna perdida. O tubarão, por sua vez, restitui
milhares de dentes perdidos durante a vida. Porém, haverá de chegar o dia em
que a medicina terá cura para todas as doenças e fará com que cada ser humano
possa viver trezentos ou quatrocentos anos. Não sobrará milagre algum para os
fanáticos religiosos. Nesse dia, porém, os médicos também serão hostilizados
pelos fanáticos; provavelmente a medicina será acusada de provocar a
superpopulação na Terra e de ser responsável pelo apocalipse ambiental. Porém,
quando os médicos estiverem sendo crucificados restar-lhes-á um consolo.
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